Minha nobre sentença

Minha nobre sentença

Uma menina mimada,
Abandonada,
Sem um teto,
Sem ter nada.
Não consigo gritar,
Não consigo fazer absolutamente nada.
Rolando, sem sono.
Rolando na certeza do engano.
Do estranho,
Do meu pranto,
Do meu sorriso distante,
Do meu desencanto,
Que mesmo assim ainda canto,
Com esperança
De um dia esquecer teu sorriso.
Ou mesmo teu olhar.
Mesmo assim isso me cansa
E me faz desistir
Desistir de esquecer você
Desistir de correr atrás de tudo.
Até recomeçar
Uma luta nova
Sem gritos, nem guerra,
Uma luta, sem trégua.
Que apenas me expõe
E me afasta sempre.
Desarma-me,
Torna-me uma estranha.
Uma qualquer, sem direitos
Ou moral relevante.
Uma tortura.
Fico ouvindo um barulho...
Ensurdecedor.
O silêncio gritando sem parar.
Mas o único que nesse tempo,
Tem me feito companhia.
Enquanto tu
Enches os olhos de outro alguém
Me tranco calada
Até cumprir minha penitência
Minha nobre sentença.
De não poder te amar.